Uso de vírgula

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Uso de vírgula

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Uso de vírgula regras: Adjunto adverbial – Aposto – Vocativo – Termos coordenados – Omissão de verbo

Desafio de pontuação

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Nós vamos começar com um desafio, eu vou propor uma frase que vocês vão pontuar essa frase de modo a fazer sentido. Não pode trocar letra maiúscula por minúscula, não pode acrescentar acentuação gráfica, simplesmente pontuação, eu vou dar a frase sem a pontuação e vocês vão pontuá-la de modo a dar sentido a essa frase.

Quando Manuela toma banho quente sua avó diz ela vem por água fria.”

No final daremos a resposta da correta pontuação.

Uso de vírgula

Para que possamos fazer adequadamente o uso de vírgula, é preciso que saibamos que na língua portuguesa existe uma ordem dos termos da oração.

Chamamos de ordem direta ou ordem lógica.

Qual é a ordem direta dos termos da oração?

Sujeito

2º Verbo

3º Complementos do verbo variam de acordo com a predicação, seja objeto direto, se o verbo for transitivo direto, objeto indireto, se o verbo for transitivo indireto ou predicativo do sujeito se o verbo for de ligação.

4º Adjuntos adverbiais

Portanto, sempre que a oração encontra-se nesta sequência, nós dizemos tratar-se de sequência lógica ou sequência direta, ordem direta, sujeito, verbo, os complementos do verbo, os complementos variam de acordo com a transitividade dos verbos, por último adjunto adverbial.

O sujeito sempre ocupa a posição 1 (um) em ordem direta;

O verbo ocupa a posição 2 (dois);

Os complementos do verbo ocupam a posição 3 (três);

Adjunto adverbial ocupa a posição 4 (quatro).

Regra geral

Sempre que uma oração se encontrar-se em ordem direta, em rigorosa ordem direta, não comportará vírgula, portanto, se a oração estiver na nesta sequência sujeito- verbo-complementos- adjunto adverbial, não haverá vírgula, por mais extensa que seja.

Você não pode usar vírgula para separar, o termo 1 sujeito, do termo 2 verbo, do termo 3 complementos, do termo 4 adjunto adverbial se dispostos em rigorosa ordem direta.

Por exemplo:

uso-de-vírgula

Vamos então analisar esta frase, o sujeito desta oração é os alunos, o verbo prestar neste contexto reclama dois complementos, por isso é transitivo direto e indireto, homenagem objeto direto, aos professores é o complemento indireto, objeto indireto, no dia 15 de outubro é o adjunto adverbial.

Então nós temos aqui, uma oração em rigorosa ordem direta, portanto é inadmissível o uso de vírgula.

Não se pode separar por vírgula o sujeito do verbo, o verbo de seus complementos, os complementos do adjunto adverbial, quando dispostos em rigorosa ordem direta, ainda que a oração fosse quilométrica.

Transformando essa frase em uma longa oração, exemplo:

“Todos os alunos daquele estabelecimento de ensino médio de Brasília prestaram homenagem aos professores no dia 15 de outubro.”

Existe uma tendência de nós queremos usar a vírgula, porque houve necessidade “parar para respirar”, mas não se admite, porque a oração está em rigorosa ordem direta, sujeito – verbo – complemento – adjunto adverbial.

Agora, uma observação.

Ainda que estejam dispostos em ordem inversa, se você não mexer com adjunto adverbial, também não haverá vírgula.

Exemplos:

Iniciando a oração pelo objeto direto:

“Homenagem os alunos prestaram aos professores no dia 15 de outubro” – Não cabe virgula.

Iniciando a oração pelo objeto indireto:

“Aos professores os alunos homenagem prestaram no dia 15 de outubro” – Não cabe virgula.

Portanto, é inadmissível uso de vírgula entre sujeito, verbo, complementos e adjuntos adverbiais em ordem direta ou em ordem inversa, desde que não mexa com o adjunto adverbial.

Adjunto adverbial

Quando então é que haverá vírgula?

Quando mexermos com o termo quatro, ou seja, modificarmos a posição do adjunto adverbial.

Sempre que o adjunto adverbial estiver antecipado ou intercalado, haverá vírgula.

Exemplo:

Iniciando pelo adjunto adverbial:
uso-de-vírgula
O adjunto adverbial entre o sujeito e o verbo:
uso-de-vírgula

Ou seja,

Se utilizarmos o adjunto adverbial antecipado ou intercalando (seja entre verbo e sujeito, seja entre o verbo e complemento) obrigatoriamente usa-se vírgula.

Importante:

Uma ressalva, se esse adjunto adverbial for de pequeno corpo, de pequena extensão nesse caso a vírgula não será de rigor, será opcional.

O que se que se considera um adjunto adverbial de pequeno corpo?

O adjunto adverbial de pequena extensão de acordo com a nomenclatura gramatical brasileira, é aquele que é formado por até duas palavras.

Exemplo:

uso-de-vírgula
uso-de-vírgula

Caso queira enfatizar o adjunto adverbial, usa a vírgula, caso não queira enfatizar, não usa a vírgula.

Em síntese, com a vírgula, você está cogitando da circunstância, sem a vírgula você está cogitando da ação.

Aposto explicativo

Todo aposto de caráter explicativo figura entre vírgulas, se tiver intercalado ou isolado por vírgula se tiver antecipado ou fechando a frase.

O que é aposto explicativo?

É aquele termo que explica, que repete o antecedente, aposto explicativo tem uma função antonomástica, repetitiva, repete o termo referente. Ou seja, repete o termo por outras palavras.

aposto

Observe que neste contexto nós temos o sujeito da oração Brasília, a capital da república aposto explicativo, o verbo transitivo direto receber, muitos turistas objeto direto.

Observe, a capital da República repete o termo antecedente, indicando quem é Brasília, ele repete por outras palavras.

Como você tem certeza de que é um aposto explicativo?

Colocando um sinal de igualdade, essa igualdade precisa ser verdadeira.

Ou seja,

Brasília = capital da República.

Brasília é a capital da República, obrigatoriamente entre vírgulas.

Pode o aposto explicativo ficar no fim da frase por exemplo.

aposto

Observe aqui nós temos, verbo transitivo direto conheci, a doutora Ana objeto direto, o aposto explicativo fecha a oração, está no fim da oração, obrigatoriamente isolado por vírgula. Ana = pediatra de Gael.

O aposto, pode ocupar qualquer posição na oração, geralmente vem depois do termo a que se refere, mas nada obsta que inicie a oração.

aposto

O sujeito é Marcio, o verbo inaugurar transitivo direto, outra loja de esportes objeto direto, um homem de visão está aqui aposto explicativo, explica quem é Márcio.

Aposto de especificação/restritivo

Exemplo meramente hipotético:

Suponha que Juquinha do Brejo seja o presidente da comissão da câmara de constituição e justiça.

aposto

Por ser um aposto de especificação, não se isola por vírgula.

Vocativo

Regra muito usual os nossos textos cotidianos que dependem dessa informação, que é o vocativo.

Sempre que há um vocativo, usa-se vírgula, por mais simples que seja o texto o vocativo pede vírgula.

O que é vocativo?

É uma invocação, um chamamento, um elemento com que você interpela alguém de maneira exclamativa, obrigatoriamente isolado por vírgula, independentemente da posição.

Letra de uma canção, de Márcio Melo:

vocativo

Nós temos aqui o verbo perdoar neste contexto transitivo direto, esse nobre vagabundo objeto direto, meu amor vocativo.

Outro exemplo:

vocativo

O ciúme é o sujeito, é (verbo ser) verbo de ligação, pura vaidade predicativo do sujeito, meu bem é o vocativo.

Termos coordenados

Outro caso de vírgula, é para separar termos de mesma função sintática, os chamados termos coordenados, termos que estejam exercendo a mesma função sintática, os vários núcleos do sujeito composto, do objeto direto composto, adjunto adverbial composto, do predicativo composto, termos de mesma função sintática.

Exemplo:

Se usar a conjunção e naturalmente não se usa vírgula entre o penúltimo e último elemento.

Porém, ao usar a conjunção, ocorre uma mudança semântica, uma mudança de sentido, com vírgulas, sem a conjunção e eu deixo a sequência aberta, fica a possibilidades de outros termos estarem presentes na oração, usando a conjunção e eu fecho essa sequência.

A presença da conjunção encerra a sequência numerativa, a ausência da conjunção deixa a sequência numerativa aberta.

É possível usar a conjunção repetida vezes, isso é um recurso estilístico chamado polissíndeto, nesse caso pode usar as vírgulas, mas elas não são de rigor.

termos-coordenadors

Neste contexto nós estamos usando sistematicamente a conjunção e, o recurso polissíndeto é o uso da conjunção repetidas vezes.

Omissão de verbo

Sempre que houver necessidade de omitir verbo, usa-se vírgula.

 Exemplo:

  • “Aqui, quase cem pessoas”

A vírgula depois de aqui é para indicar a supressão do verbo, de que verbo? do verbo haver, existir, estar.

É a mesma coisa que dizer:

  • “Aqui…..
  • “Há quase cem pessoas”
  • Existem quase cem pessoas”
  • Estão quase cem pessoas”

Utilizamos também a supressão do verbo no exemplo abaixo:

“Ela gosta de cinema e eu, de teatro”

A supressão do verbo “gosto”.

Essas omissões de verbos recebem nomes distintos:

Elipse – Omissão de uma palavra claramente subentendida pelo contexto.

No primeiro exemplo, temos elipse da forma verbal .

Zeugma – Omissão de uma palavra que já tenha sido citada anteriormente.

No segundo exemplo, temos zeugma da forma verbal gosto.

Ponto e vírgula

Sempre que houver orações coordenadas e uma delas já contiver vírgula para separá-las, emprega-se ponto e vírgula.

“Ela gosta de cinema; eu, de teatro”

“O colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca.”

Indicar a supressão do verbo, vírgula, e para separar as orações coordenadas se dentro de uma delas já há vírgula, ponto e vírgula.

Resposta desafio:

“Quando Manuela toma banho quente, sua; avó, diz ela, vem por água fria.”

Quando Manuela toma banho quente, ela sua, ela transpira.

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