Ortografia de Palavras e Expressões
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Hoje nós vamos tratar de ortografia e de palavras e expressões que suscitam dúvidas quanto a grafia.
- 00:00 – Boas vindas
- 01:22 – Dúvidas de expressões
- 06:25 – Palavras compostas
- 10:39 – Uso do hífen nos prefixos
- 22:53 – Índice de Indeterminação do sujeito
- 26:32 – Pronome
Vamos esclarecer algumas dificuldades ortográficas e semânticas, mostrar as formas corretas e comentar as formas erradas e evitá-las.
Dúvidas de palavras se são separadas ou tudo junto:
Com certeza ou concerteza
De repente ou derrepente
Por isso ou porisso
E outras dúvidas:
Empecilho ou impecílio
Privilégio ou previlégio
Com certeza ou concerteza
Com certeza só pode ser grafada sempre separadamente essa expressão, não existe com certeza tudo junto, é a preposição COM acompanhada do substantivo CERTEZA.
De repente ou derrepente
De repente é outra expressão que só se emprega separadamente, preposição DE mais o advérbio ou adjetivo dependendo do contexto REPENTE. Não existe a expressão de repente tudo junto. Sempre separadamente.
Por isso ou porisso
Também é outra expressão que se emprega separadamente. Veja que na hora de pronunciar é natural falar junto – porisso – e é em razão disso que as pessoas tendem a escrever tudo junto.
Um detalhe: Todas as vezes que uma palavra terminar por R ou por L e a outra palavra se iniciar por vogal ou H, é lícito que você junte na pronúncia, correto você pronunciar tudo junto, mas a grafia é separada.
Outro exemplo:
Mal-estar, é grafada com hífen, separadamente, mas pode ser pronunciada tudo junto “malestar.”
Empecilho ou Impecílio
Empecilho vem do verbo empecer, que significa obstar, gerar dificuldade, gerar problema, então o correto é EMPECILHO, grafia única desta palavra, nunca impecílio.
Privilégio ou previlégio
Não existe a palavra previlégio, o correto é PRIVILÉGIO, com i, veja que é fácil de saber por que privilégio vem do verbo privar, se privar se escreve com i, privilégio se escreve com i.
Algumas pessoas também têm dúvida se escreve com G ou com J.
Uma regra básica: Todas as palavras da língua portuguesa terminadas em ágio, égio, ígio, ógio e ugio, são grafadas com a letra G.
PALAVRAS COMPOSTAS
A palavra composta é grafada com ou sem hífen.
A regra diz:
Usa-se o hífen em palavras compostas por justaposição, cujos elementos conservam, constituem uma unidade semântica, mas mantém uma tonicidade própria e em compostos que designam espécies botânicas ou Zoológicas.
Exemplo espécie botânica ou zoológicas:
Água-viva / Vitória-Régia – espécie botânica.
Formiga-branca – é uma espécie zoológica.
Em espécies botânicas e zoológicas nos compostos que designam espécies botânicas e zoológicas não há dúvidas sempre o hífen.
Usa-se hífen em palavras compostas que mantém a autonomia fonética e acentuação própria, mas perderam sua significação individual para constituir um conceito único.
Em síntese sempre que você tem compostos, por exemplo:
Segunda-feira. Sempre com hífen; todos os dias da semana que contém a palavra feira usa-se o hífen.
Primeiro -Tenente
Tenente- Coronel
Guarda-chuva
Guarda-civil
A mesma regra diz assim: Que quando a palavra perde a noção de composição, desaparece o hífen, ou seja, é tudo junto.
Por exemplo:
Passatempo – Também é um composto de dois substantivos, mas neste caso eles perderam a noção de composição, por isso tudo junto sem hífen.
Girassol – Vem do verbo girar mais a palavra sol, não tem hífen.
Então, quando há noção de composição, usa o hífen, quando não há noção de composição, sem hífen.
Uso de hífen com os prefixos
No que se refere ao uso do hífen com os prefixos, a regra é mais fixa é mais precisa, consegue determinar melhor como você deve escrever ou não.
Exemplos:
Super-herói
Sub-Humano
Pseudo-hermafrodita
Se a outra palavra iniciar pela mesma letra com que termina o prefixo, por exemplo:
Super-refeição – Super termina com R refeição inicia por R, portanto, hífen.
Sub-bibliotecário
Micro-ondas
Contra-ataque
Se forem letras diferentes, não haverá o hífen, nesse caso ficando tudo junto, por exemplo:
Subitem
Superalimentação
Microinformática
Contraordem
Pelo novo acordo ortográfico, os substantivos os compostos que são ligados por preposição, perdem o hífen. Quando há um composto com preposição intermediária, perdem o hífen.
Exemplos:
Chefe de cozinha
Chefe de estado
Pé de moleque
Chefe de estado
Dia a dia
Mula sem cabeça
Então, substantivos compostos que tem preposição intermediária perdem o hífen.
Há exceções, poucas palavras mantiveram o hífen mesmo quando há preposição intermediária, isso acontece principalmente com as espécies botânicas e zoológicas, ou quando há necessidade de estabelecer diferença entre uma coisa e outra.
Exemplos:
Pé-de-cabra é com hífen quando é uma espécie de planta.
Pé de cabra a alavanca, a ferramenta, é sem o hífen, separadamente.
Sempre que houver o prefixo EX, indicando estado anterior, sempre haverá o hífen, não importa a palavra seguinte.
Exemplos:
Ex-aluno
Ex-presidente
Ex-deputado
Ex-prefeito
Ex-marido
Quando o EX indica o movimento para fora, usa-se tudo junto sem o hífen.
Exemplo:
Expatriar
Depois o prefixo SUB a letra S tem sempre o som de C nunca de Z.
Então o certo é pronunciar subsídio como se fosse com som de dois S, da mesma forma como subsolo.
Outro e exemplo:
Vacine-se contra a gripe.
A palavra SE na língua portuguesa tem várias funções morfológicas, para ser mais preciso a palavra SE pertence a 11 classes e subclasses gramaticais, tenho funções morfológicas.
As 11 funções morfológicas da palavra SE são:
- Pronome reflexivo
- Pronome recíproco
- Parte integrante do verbo
- Partícula de expletiva / realce
- Partícula apassivadora
- Índice de indeterminação do sujeito
- Conj. subordinativa integrante
- Conjunção subordinativa condicional
- Conjunção subordinativa causal
- Conj. subordinativa concessiva
- Conjunção subordinativa substantiva
Na palavra vacine-se, o SE é parte integrante do verbo (PIV), por que o verbo é vacinar-se de maneira pronominal, então esse SE não tem função sintática, é apenas parte do verbo, o verbo é vacinar-se. É um verbo imperativo, que indica ordem.
Índice de indeterminação de sujeito
A regra diz assim: A partícula/pronome ou índice SE (pronome indeterminadora do sujeito) será IIS se acompanhar:
VI – Verbo intransitivo
VTI – Verbo transitivo indireto
VL – Verbo de ligação
Exemplo:
Tratava-se de promessa.
Tratava – VTI, quem trata trata de alguma coisa.
De promessa – OI, objeto indireto.
SE – Neste caso a partícula SE será índice de indeterminação do sujeito, que consequentemente o sujeito dessa oração aparece indeterminado.
Outro exemplo:
Era-se feliz em Manaus.
O verbo ser é verbo de ligação, sempre que há um verbo de ligação, existe um predicativo do sujeito uma qualidade do sujeito, neste caso é feliz.
Em Manaus é o lugar, adjunto adverbial de lugar.
A partícula SE também neste caso é índice de indeterminação do sujeito, da mesma forma o sujeito está indeterminado.
Pronomes
Os pronomes oblíquos átonos são:
me, te, s, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes.
Existem regras para o uso da próclise, da ênclise e da mesóclise.
Início de frase, usa-se sempre ênclise.
Palavra atrativa (conjunções e advérbios), sempre próclise.
Verbo no futuro do presente ou futuro do pretérito, usa-se mesóclise.